O grande varejo farmacêutico cresceu 17,39% de janeiro a setembro de 2021, se comparado ao mesmo período de 2020. Este foi o maior avanço percentual em uma década, desde a evolução de 19,4%, registrada em 2011. Os dados são da ABRAFARMA (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) e levam em conta as 26 redes que compõem a associação. O faturamento do varejo, segundo a ABRAFARMA, foi de R$ 49,6 bilhões em 2021 no período de nove meses.
O levantamento mostra também que os medicamentos corresponderam por 68% do volume comercializado, somando faturamento de R$ 33 bilhões. Neste montante, a maior alta percentual foi a dos MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição), de 23,81%, chegando a R$ 9,6 bilhões faturados e disparando o faturamento no e-commerce. “Os MIPs ajudam a aumentar o faturamento porque, como não precisam de receita médica, possibilitam que os consumidores os comprem por prever uma enfermidade futura. No cenário contrário, esses clientes só comprariam medicamentos se tivessem consultado um médico antes”, explica o Chefe de Redação da MyPharma, startup que desenvolve ferramentas que auxiliam farmácias e drogarias no e-commerce, Jair Paulo Siqueira.
Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, 31% dos consumidores veem a farmácia como um minimercado, 25% como uma loja de conveniência e 28% como uma loja de cosméticos, o que vai além da visão de farmácia como estabelecimento de saúde. “Os não medicamentos ajudam a promover o faturamento porque também são do interesse desse público. E, se a farmácia contar com um checkout bem planejado, consegue aumentar o ticket médio até com as compras por impulso. Assim, fica muito mais simples investir em produtos que não são medicamentos, mas que são do interesse dos mesmos perfis de clientes”, sugere Jair.
De acordo com dados da ABRAFARMA (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), o consumidor das farmácias teve uma expressiva evolução no ticket médio, que saltou de R$ 68,55 para 72,18. “E isso se explica por diversos fatores: maior preocupação com a saúde por conta da pandemia; maior busca por medicamentos sem necessidade de prescrição, prevendo enfermidades futuras; evolução no perfil dos consumidores que já veem a farmácia além da venda de medicamentos; evolução no mix de produtos das farmácias; e compras por impulso considerando a evolução desse mix”, lista Siqueira.
Na venda online, essa evolução também se explica por conta de um catálogo virtual de produtos, em que o cliente pode ver todo o mix das farmácias e consultar preços inclusive de itens que compraria no supermercado ou em lojas de cosméticos. “Há muito tempo, as farmácias deixaram de vender apenas medicamentos, e o esperado é que passem a disputar cada vez mais o espaço em outros nichos”, completa.
Fonte: Abre
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