O setor farmacêutico brasileiro alcançou um novo recorde em 2022, com um faturamento atingindo R$106,64 bilhões em medicamentos, segundo dados da IQVIA. Isso representa um aumento de 17% em relação ao ano anterior.

O segmento que mais impulsionou esse crescimento foi o de medicamentos populares, que incluem remédios similares e genéricos, com um movimento de R$37,89 bilhões e uma alta de 19,2% em relação ao ano anterior.

Embora os medicamentos de marca continuem a representar a maior parte do faturamento, correspondendo a 65% do total, o valor de R$68,75 bilhões representou um aumento de 15,8%, ligeiramente inferior ao registrado pelos populares.

Especialistas apontam que o peso da inflação pode estar relacionado ao aumento do faturamento de medicamentos de menor valor agregado.

De acordo com dados do IBGE, os preços dos medicamentos no varejo acumularam uma alta de 13,81% em 12 meses, atingindo o pico em junho. Em contrapartida, a quantidade de artigos adquiridos caiu de três para 2,6 e o valor médio por produto diminuiu de R$18 para R$16,81. Isso pode ter levado os consumidores a optarem por medicamentos mais baratos, o que pode explicar o aumento do faturamento de medicamentos populares.

Este cenário pode representar uma oportunidade para as farmácias regionais de bairro, que conquistaram em torno de 1 milhão de novos clientes nos últimos dois anos. Como se trata de um setor com forte apelo baseado em preços e promoções, a retenção desses consumidores pode contribuir para garantir a resiliência do pequeno e médio varejo.

Para se ter uma ideia, dos R$15,47 bilhões de aumento no faturamento em 2022, apenas 10,7% tiveram como fonte os lançamentos de produtos, enquanto o preço exerceu influência sobre 36,5% desse montante e o volume foi responsável por 52,8% do avanço.

Fonte: ABRE