Ideia é apontar qual caminho marcas deverão seguir para conquistar novos clientes.
A Co-Viva, um consultoria em inovação e engenharia da imaginação, em parceria com a ABRE (Associação Brasileira da Embalagem), promoveu no início do mês um encontro por intermédio da plataforma Zoom, de profissionais criativos e de marketing que puderam acompanhar uma rápida explicação sobre 10 tendências de consumo em um cenário pós-pandemia.
Para todos os presentes, é unânime o entendimento que as marcas e segmentos de mercado sairão desta fase modificados e fortificados, pois a necessidade de digitalização da presença de uma marca, para manter-se viva na cabeça do consumidor tornou o ato de consumo mais complexo e amplo.
Se antes, o triângulo do consumo no varejo era baseado em uma embalagem atrativa, um bom preço e sua disponibilidade na prateleira no momento da compra, hoje quando subtraímos da equação, justamente a presença física do consumidor, então dois desses pilares perdem a relevância. Se a disponibilidade na prateleira é substituída pelo delivery de qualquer outro concorrente mesmo que de outro Estado e a embalagem perde a vantagem por não estar fisicamente na mão do consumidor, outros aspectos passam a ganhar força, tais como: informações adicionais sobre o produto, seus ingredientes e processos produtivos, posicionamento das marcas em redes sociais diante dos assuntos sócio-políticos em pauta naquela semana ou até mesmo a valorização de marcas menores e regionais.
Por isso cabe às empresas e profissionais de marketing entender essas mudanças e adaptar suas ações para continuarem competitivos. Veja abaixo quais as principais tendências foram apontadas neste estudo:
01) ONIPRESENÇA DIGITAL
Uma marca para sobreviver tem que cobrir a maioria dos canais digitais e promover um discurso sólido e único em todos eles, pois cerca de 40% do consumidores pretendem manter suas compras pós-pandemia de maneira on-line, diminuindo a ida em lojas físicas para itens do dia a dia.
02) CONSUMO COMPARTILHADO
Com a maioria da população sofrendo financeiramente o impacto causado pela pandemia, haverá um freio na compra por impulso e um aumento na procura de itens usados ou que podem ser compartilhados, como é o caso de muitos serviços hoje disponíveis em grandes centros urbanos.
03) INFIDELIDADE DE MARCAS
Com a busca por novos canais de compras, haverá uma maior oferta de marcas menores que enfrentavam de alguma forma dificuldades de se fazerem presentes nos grandes centros comerciais. A oferta de produtos semelhantes aumentará e muitos acabarão optando pelo consumo de marcas locais, até mesmo como forma de suporte para que elas possam sobreviver à crise.
04) CONSUMO SEGURO
A limpeza da loja física, o manuseio das mercadorias e a busca por embalagens mais seguras que evitem o contágio cruzado têm recebido a atenção das marcas. O consumidor irá preferir cada vez mais lojas mais espaçadas, com novas experiências de compras e o PDV tradicional que estamos acostumados será totalmente repensado.
05) QUALIDADE DE VIDA
Com o isolamento social imposto, houve um aumento na atividade física dentro de casa, bem como no consumo de produtos frescos sempre buscando melhorar aspectos da saúde para minimizar os efeitos de uma possível contaminação,
06) O NOVO LAR
Com o entendimento que o trabalho feito em casa pode ser tão ou até mesmo mais produtivo do que quando estamos presos no escritório, passamos a valorizar mais nosso tempo, percebendo que gastamos momentos preciosos no trânsito ou em reuniões sem sentido prático. Assim sendo, a casa passa a ter papel importante influenciando inclusive a arquitetura, com a valorização de um home office isolado, um hall para higienização na sala e a integração de equipamentos eletrônicos que passam de itens de luxo de alguns empreendimentos, para quase uma necessidade básica dos novos projetos.
07) A VITÓRIA DO CASUAL
Sem a necessidade de sair tanto de casa e com a queda brusca de eventos sociais que mesmo após a pandemia, demorarão para serem retomados no mesmo patamar, o consumidor busca roupas mais confortáveis, aumenta o cuidado com o próprio corpo e itens como máscaras e luvas passam a ser o centro das atenções do vestuário. Outro segmento que terá que se adaptar é o das maquiagens, pois batons e bases por exemplo, não poderão manchar as máscaras e os itens que valorizam os olhos passam a ser o centro das atenções.
08) VIDA COM PROPÓSITO
Marcas que não tiverem preocupação com temas relevantes à sociedade perderão espaço e o consumidor preferirá a aquisição de marcas que tenham um propósito claro e um posicionamento conectado com sua base de valores.
09) DESVALORIZAÇÃO DA METRÓPOLE
Com muitos trabalhos sendo realizados à distância e com a manutenção do modelo de home office nas grandes empresas, estar presente nos grandes centros urbanos começa a não fazer mais tanto sentido e a valorização de uma cidade mais calma e afastada começa a ganhar adeptos.
10) PANDEMIA TAMBÉM DE INFORMAÇÕES
Com o aumento do tempo conectado, passamos a ter acesso a mais canais de informação e a buscar melhores fontes evitando a propagação das chamadas Fake News e o posicionamento das marcas diante dos fatos do dia a dia nunca foi tão visado. Marcas e seus representantes que por algum motivo tomam partido em determinado tema, têm visto seus resultados acompanharem a popularidade dessas iniciativas, tanto de forma crescente quanto decrescente.
10+) BÔNUS: EDUCAÇÃO E CONSUMO HÍBRIDOS
A chamada pedagogia ágil ganhará espaço no meio acadêmico e aulas à distância somada a encontros presenciais serão talvez o modelo que mais crescerá no pós-pandemia, assim como o consumo, onde o cliente pesquisará determinado produto de forma digital e até mesmo efetuará a compra on-line e optará pela retirada em lojas físicas, portanto pensar em como realizar o já popular drive thru das redes de fast foods em outros segmentos será um diferencial importante para muitas marcas e centros comerciais.
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