Em 2024, o setor de varejo alimentar no Brasil apresentou uma expansão de 5,4%, alcançando um faturamento de R$ 1,27 trilhão, o que corresponde a 10,84% do PIB nacional, estimado em R$ 11,721 trilhões.
Esse desempenho foi analisado pela Scanntech, plataforma especializada em inteligência de dados e soluções tecnológicas aplicadas ao setor de bens de consumo. De acordo com o estudo, o aumento nas receitas do último trimestre de 2024 foi, em grande parte, impulsionado pela inflação, que teve como principais causas fatores como mudanças climáticas, flutuações cambiais e o desajuste entre oferta e demanda. Esses elementos provocaram uma elevação nos preços dos alimentos, o que afetou de maneira mais significativa as classes de menor renda, que são as que mais destina uma parcela de sua renda à alimentação.
Priscila Ariani, CMO da Scanntech, explicou que, após um primeiro semestre de relativa estabilidade, a partir de julho de 2024 o aumento nos preços passou a impactar negativamente o poder de compra dos consumidores, especialmente entre as classes mais baixas. A especialista ressaltou que essas famílias, por alocarem uma proporção maior de sua renda para a compra de alimentos, acabam sendo mais vulneráveis às variações no preço dos produtos alimentícios.
Apesar do cenário de desafios econômicos, o setor de varejo alimentar continua sendo um dos pilares mais importantes da economia brasileira. Seu crescimento, mesmo diante da inflação e das dificuldades financeiras de grande parte da população, reflete a importância estratégica do setor.
As projeções para 2025 indicam que, mesmo com a continuidade das pressões inflacionárias, os varejistas precisarão se adaptar constantemente às mudanças nas preferências de consumo, que estão se transformando rapidamente, e às flutuações econômicas, exigindo inovação e flexibilidade para se manterem competitivos e atender às novas demandas do mercado.