O faturamento da indústria de embalagens plásticas flexíveis apresentou forte alta em 2021 devido, principalmente, ao aumento dos preços em toda a cadeia produtiva, desde as matérias-primas até os produtos transformados, conforme aponta o estudo da Maxiquim, feito com exclusividade para a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis).
Segundo o estudo, também é preciso levar em conta a alta inflação de 2021 que impactou nos preços médios das vendas internas. Outro fator que refletiu no aumento do faturamento foram as exportações, que cresceram não só em volume, mas também em valores, por conta dos preços mais altos no mercado internacional. O aumento da participação das exportações de flexíveis no total de transformados plásticos foi de 18% em 2021 em relação a 2020, enquanto as importações cresceram 15% no mesmo período.
O estudo da Maxiquim aponta ainda que além do faturamento, outro destaque foi a alta de 2,9% na produção de flexíveis em 2021 em comparação ao ano anterior, atingindo um recorde histórico de 2,1 milhões de toneladas (t). Esta alta foi puxada, principalmente pelas indústrias de alimentos e produtos para limpeza doméstica. Vale lembrar que dentro do universo de flexíveis coberto por este estudo (sacos/sacolas, agro e embalagens), o segmento de embalagens corresponde a 80% do volume total produzido.
“Mas há muito trabalho a fazer e muitos mercados a prospectar”, lembra o Presidente da ABIEF, empresário Rogério Mani. Segundo ele, apesar do crescimento da demanda nos últimos anos, o consumo per capita de embalagens plásticas flexíveis ainda é baixo no Brasil – 9,8 kg/habitante, quando comparado a outros países. “Isto demonstra o potencial de crescimento do setor no país.”
A expectativa do setor para 2022 é de recuperação da demanda, mesmo se o primeiro semestre do ano não demonstrar esta tendência. “Esperamos que a redução de IPI, imposta pelo Governo Federal em fevereiro, garanta um certo fôlego para a indústria em geral”, pondera Rogério Mani.
As incertezas, contudo, veem da guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, e que já resultou em altas no preço do petróleo. “Acreditamos que estas altas acabem impactando nos custos da cadeia produtiva de plásticos transformados no Brasil. A médio e longo prazos, outros reflexos também poderão ser sentidos pelo setor, como retração de demanda, restrição da oferta e dificuldade e alta nos custos logísticos”, alerta Rogério.
Mercado de alimentos permanece importante
Um recorte no estudo da Maxiquim mostra que o principal mercado para as embalagens plásticas flexíveis em 2021 continuou sendo a indústria de alimentos que consumiu 896 mil t das 2,1 milhões de t produzidas, o equivalente a uma alta de 8,4% em comparação a 2020. A alta no consumo de embalagens plásticas flexíveis pela indústria de limpeza doméstica foi ainda mais significativa: 9,6%, chegando a 110 mil toneladas.
O market share, por aplicação, estabeleceu a liderança das embalagens multicamadas, com 730 mil t, alta de 2,2% em relação a 2020. Na sequência, veem as embalagens monocamada, com 651 mil t que representam uma alta de 7,1%.
As resinas PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) foram as mais usadas em 2021 pela indústria de flexíveis, totalizando 1,589 milhão t, alta de 0,9% em comparação ao ano anterior. O consumo de PP (polipropileno) registrou alta de 7,1%, chegando a 347 mil t. Do total de resinas utilizadas pela indústria de embalagens plásticas flexíveis, 2,037 milhões t foram de matérias-primas virgem (alta de 0,5%) e 104 mil t foram de materiais reciclados (queda de 0,2%).
Fonte: Embalagem Marca
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