Brasil em baixa no ranking de gasto com medicamento por habitante

O Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do planeta e um importante consumidor de remédios, mas decepciona no gasto com medicamento por habitante. Na 31ª colocação mundial, estamos atrás até de países como Estônia, Grécia e Islândia.

Os dados são parte de um estudo internacional do IMS Institute for Healthcare Informatics, baseado em indicadores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o levantamento, o país consumiu em torno de 505 milhões de unidades de medicamentos no ano passado, o que equivale a 1,3% do montante global de 4,6 trilhões. A média per capita é de 2,82 unidades – a segunda maior entre os mercados emergentes, atrás somente da Indonésia, e acima da média mundial de 1,6.

No entanto, o gasto de US$ 26,1 bilhões da nossa população só representa 0,02% do movimento global. A média per capita é de US$ 123,97.

O que explica o baixo gasto com medicamento per capita?
Um relatório da Interfarma ajuda a entender esse cenário. Apesar de avanços no acesso, algumas distorções impedem a maior adesão ao tratamento e a consequente ampliação do gasto com medicamento por habitante.

Com base em dados dos últimos cinco anos até 2020, o acesso a tratamentos por meio de planos de saúde quase dobrou no período, com alta de 97%. Já as compras públicas de medicamentos aumentaram apenas 31%, embora 75% da população dependa totalmente do SUS.

“Muitos dos tratamentos inovadores e modernos, com comprovado impacto positivo no desfecho ao paciente, ainda não foram incorporados, já que a atualização dos procedimentos mínimos que todo plano de saúde deve oferecer ao segurado acontece a cada dois anos”, ressalta a presidente executiva Elizabeth de Carvalhaes.

Por outro lado, os medicamentos genéricos e similares são praticamente commodities no mercado internacional, com expressiva concorrência de países como Índia e China, o que dificulta o aumento da presença do Brasil nesses segmentos.

“Uma das principais medidas seria a criação de um ambiente favorável à pesquisa clínica, com integração entre governos, universidades e iniciativa privada. Também é necessária a redução do Custo-Brasil, que dificulta as exportações, além de tornar o produto interno pouco competitivo ou inviável em relação aos importados”, finaliza.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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